- Onde as moscas morrem?
- Eu não sei nem onde as pessoas morrem.
- Mas as pessoas a gente encontra mortas, quando morrem. E as moscas, onde morrem?
- Não dá para encontrá-las pois são muito pequenas.
- Ah, conta outra. Todo dia vejo no mínimo umas 6 ou 7 moscas rondando a sala no almoço. E nunca mais vejo elas. Não vejo no chão, na mesa, em lugar nenhum. Dizem que as moscas não duram mais que algumas horas. Tinha que ter uma multidão de moscas aqui pelo chão. Onde elas estão?
- As pessoas varrem, né?
- EU varro. E nunca vi uma única mosca no chão.
- Olha, sabe que fiquei curioso agora.
- Que estranho, né?
- Sim, muito. Eu nunca vi uma mosca morta, nunca.
- É como esperança.
- Quê?!
- Morre tantas vezes, mas nunca aparece morta.
- Nossa, é verdade.
- Mas tem a diferença de que a esperança não precisa necessariamente morrer tão cedo.
- Que horas são?
- 14, por quê?
- Nada. Tenho que ir embora às 16.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
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2 comentários:
Gostaria de fazer pequeno comentário, mas precisarei retomar algumas partes da história para fazê-lo.
Aproximadamente no ano 842 - antes de Cristo - os Filisteus de Ekron adoravam um deus conhecido como "Senhor das Moscas". De acordo com passagens da Bíblia, o enfermo rei de Israel, Ahaziah, enviara mensageiros até Ekron para consultar o deus local: gostaria de saber se ainda havia alguma possibilidade de recuperar-se da enfermidade. Seus mensageiros, entretanto, nunca chegaram até Ekron, pois foram dizimados por Elias.
Anos depois, os Filisteus sofrem uma famosa derrota nas mãos do seu principal inimigo: Os Hebreus.
Davi acertou Jalut (Golias) com uma pedrada e depois cortou a cabeça do gigante guerreiro na frente dos soldados filisteus. Estes, aterrorizados, fogem e são perseguidos e mortos até os portões de Ekron. Os Hebreus queriam impor sua religião aos seus inimigos.
Após sucessivas derrotas, os Filisteus tombam aos pés de Davi (agora rei). Morre Davi, assume seu filho, Salomão. Começam as invasões de outros povos: assírios, persas e gregos.
Aonde eu quero chegar? Bem, o tal deus conhecido por ser o "Senhor das Moscas" (sabe-se lá por que) era chamado pelos nativos de Baal-Zebub. Baal, senhor. Zebub, das moscas.
Os Hebreus, mesmo vitoriosos, continuaram descontentes com a insistência dos Filisteus em não professar a religião de Jeová. Iniciaram, então, campanhas de conversão e profanações de antigos deuses filisteus.
Hoje, por influência profana dos Hebreus, chamamos o Imperador do Inferno de Belzebu.
Os filhos remanescentes desses homens - derrotados e humilhados - são conhecidos por nós como palestinos. Mas estes já não recordam mais o antigo significado das moscas.
Muitas vezes, a esperança nem nasce... :D
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